27 de jul. de 2008

Clube da Escrita no Limão

Para compensar a falta de textos no blog, o autor destas linhas vai passar o link do Clube da Escrita. Comunidade de estudantes e afins da Unisanta que gostam de um bom texto, uma boa literatura, contos e outras histórias. Nela pode-se encontrar criações originais e em primeira mão dos estudantes e professores. Então: Visite, participe e envie seus textos. A comunidade é aberta, também a novos autores...

20 de jul. de 2008

Let's go the way you know

I want you here
I want you everywhere
Please, just stay with me
You are the one I care
It's like a dream coming true
The stars keep shining
and the sky is blue
You make me happy
and you make me smile
When we are together
when you're by my side
Let's go the way you know
Let's go the way you know

(Tema do comercial da Peugeot.
 Publicidade e Amor a desenvolver
nos próximos dias)

Scrivimi, quando il vento avrà spogliato gli alberi

Gli altri sono andati al cinema, ma tu vuoi restare sola

Poca voglia di parlare allora scrivimi

 

Servirà a sentirti meno fragile, quando nella gente troverai

Solamente indifferenza, tu non ti dimenticare mai di me

 

E se non avrai da dire niente di particolare

Non ti devi preoccupare, io saprò capire

A me basta di sapere che mi pensi anche un minuto

Perché io so accontentarmi anche di un semplice saluto

Ci vuole poco per sentirsi più vicini

 

Scrivimi, quando il cielo sembrerà più limpido

Le giornate ormai si allungano

Ma tu non aspettar la sera, se hai voglia di cantare

Scrivimi, anche quando penserai, che ti sei innamorata...

 

E se non avrai da dire niente di particolare

Non ti devi preoccupare, io saprò capire

A me basta di sapere che mi pensi anche un minuto

Perché io so accontentarmi anche di un semplice saluto

Ci vuole poco per sentirsi più vicini

Scrivimi, anche quando penserai, che ti sei innamorata...

Tu scrivimi.

13 de jul. de 2008

Um Ensaio do Cinema Falado by Caetano Veloso

--Toda vanguarda começa pelas artes plásticas.

-- E pela poesia.

-- Não! Pelas artes plásticas

-- A pintura es la fotografia hecha a mano

-- Acontece que o mundo das artes plásticas é vizinho do mundo da moda

-- A moda é a alegria da ilusão do câmbio

-- Um dia desses em Paris, fui ver uma grande exposição, uma retrospectiva de Matisse. Milhares de pessoas, quase não se podia andar, um inferno. Perto dali, numa pequena galeria, estavam expostos os trabalhos de um pintor acadêmico. Às moscas. Refugiei-me ali e acabei descobrindo que aqueles trabalhos eram mais belos que os festejados borrões de Matisse.

-- É. Os esnobes gostavam de Cubismo, por exemplo, quando só três ou quatro gostavam de Cubismo. Agora, que as Demoiselles D'Avignon andam pelas ruas de Londres e de São Paulo, eles preferem os acadêmicos.

-- O belo deixa de ser belo quando é belo para todos

-- Picasso não é um bom pintor. Por causa dele se abandonou toda uma tradição de adestramento minucioso no ateliês.

-- É. Stalin é que tinha razão e também Hitler contra o bolchevismo cultural.

-- Tudo que o Hélio Oiticica fazia era música

-- A música sempre esteve na retaguarda

-- Buñuel, Dali e René Clair estão nos videoclipes como as formas de Mondrian na minissaia de uma puta.

-- O Neo Rock 'n Roll inglês, dos Beatles até os Smiths, é um esnobismo de massas.

-- A linha orgânica aparece quando duas superfícies planas e de mesma cor são justapostas; esta linha não aparece quando duas superfícies são de cores diferentes.

-- Antônio Dias, dias dias dias dias

-- Se queres desenhar fecha os olhos e canta.

"Primavera no Alasca"

O Última Pauta está em nova fase, depois de um ano e quatro meses de existência, o blog passará a ter atualizações semanais, nos dois sentidos.
Então para começar a semana vai um link da revista Piauí com um texto do mineiro Marco Merlin, que à semelhança do mago, conseguiu encaixar a frase do concurso num texto inteligente. Primavera no Alasca, de fato, foi um achado. O texto nos surpreende no momento certo. E revela no tempo literário, alguns meandros dessa arte. Sei não! Esse Merlin tem alguns coelhos na cartola, e ele nem tirou as cartas da manga. Uai sô!De repente começou a aparecer alguns raios
aqui na tela. Ele não é de Minas? Brincadeiras a parte; Parabéns MM.

11 de jul. de 2008

Idéias para um ensaio

A ironia de Nabokov é muito semelhante à de Machado de Assis, todavia prefiro aquele por ter mais riquezas descritivas e por querer causar um maior estranhamento no leitor.

Os dois, provavelmente, beberam na fonte dos escritores franceses. Machado traduziu Victor Hugo, entre outros. O autor russo deve ter lido, durante seus anos de formação intelectual, muitos autores franceses.

Interessante que os dois, por conviverem com as descrições minuciosas e às vezes exaustivas do romantismo francês, tentaram cortar este aspecto em suas narrativas. Derivando como corolário para o naturalismo, realismo e modernismo (modernismo não se encaixa bem, há controvérsias, melhor usar pós-romantismo).

Como Machado sofreu a discriminação brasileira e de sua época, acabou fazendo uma literatura mais comportada, retratando o período e a sociedade, caracterizando a fina ironia. Nabokov, até pela vida que teve, foi mais radical. Devido aos altos e baixos (isso quer dizer o exílio na Inglaterra e a fuga de Berlim passando por Paris e indo viver nos Estados Unidos) começou a encarar a vida como um desafio e com certa altivez diante do mundo e das pessoas que a rodeiam. As descrições dos professores das universidades americanas em 'Pnin' podem comprovar o que digo.

Enquanto Machado fazia uma literatura para pertencer à sociedade, embora a ironizando. Nabokov sentia como um sacrifício pertencer a um ambiente alheia às origens. (Não havia jogadores de xadrez como os russos da família aristocrática a que pertencia, nem as festas, nem os mesmos assuntos. Devia ser maçante conversar sobre corridas de cavalo, bolsas de apostas, ações e negócios lucrativos).
 
Não há dúvida que os dois ganharam reconhecimento internacional. Machado tem o mérito de ter aprendido muita coisa quando trabalhava de ajudante numa oficina tipográfica. O que vai dar no famoso perfil do brasileiro: se você me der oportunidade eu vou longe, ou ele faz sucesso porque foi ajudado. A História tem muitos relatos do tipo, caracterizando, e muito, a mentalidade de colônia. E até egoísta da nossa sociedade. Isso me irrita.

Com Nabokov acontece o oposto, e é uma pena não conhecer a sociedade russa, mas pode se ver que a má administração, aliás a Rússia é mestra nesta arte, derivou nas revoluções, derrocada e exílio da realeza e da aristocracia. Comprovando que por caminhos diferentes pode-se chegar ao mesmo lugar.

Vale lembrar que não quero exaltar uma cultura em relação à outra. Pindorama tem condições de estar à altura de qualquer um dos outros países famosos por sua cultura. Com um pouquinho de solidariedade e inteligência a gente superava nossos vizinhos do Norte. Talvez a coisa funcione por imitação, nossos vizinhos procuram imitar a Inglaterra e nós continuamos atrasados imitando Portugal e Espanha. A Rússia, por sua vez tinha uma cultura própria, graças ao Vladimir, e não precisou imitar ninguém. Todavia caiu na auto-exaltação. Costume muito comum nos impérios.

Ao leitor que chegou até aqui peço desculpas por ter me estendido, todavia você acaba de ter acesso a, digamos, noventa por cento do ensaio. Só preciso descartar alguns pensamentos paralelos e desenvolver as idéias iniciais, pesquisar mais um pouco e formatar. Sem contar que as idéias também darão outros ensaios. Agradecimentos ao Victor Hugo, à Adele e à Juliete Drouet.

6 de jul. de 2008

Ipods carregam o vazio poético da geração atual

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
No Sábado à noite, ao ouvir Boas Novas do Cazuza, pensei que a geração atual está precisando de um poeta. Acho que o excesso de informação acabou deixando um vazio para meninos e meninas. Por mais que os jogos, as comunidades virtuais, os msns e as parafernálias de última geração tenha permitido a extrema individualização de cada um.

Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Um poeta, aquele que vê e transforma em palavras, carregadas de sentimentos, todos os anseios de uma geração não existe neste momento. Cazuza era mestre nessa sinceridade. Chegou a ter uma canção na abertura de uma novela em que denunciava: "Brasil mostra tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim / Brasil, qual é o seu negócio, o nome do seu sócio confie em mim, confie em mim".

Todo o Mundo é composto de mudança
As palavras na voz dele transmitiam um sentimento difícil de reproduzir na letra impressa, mas os que ouviram se lembrarão com facilidade do tom de indignação do cantor.

Tomando sempre novas qualidades.
Cazuza foi o retrato de sua geração. Era sincero no discurso, mas não agia no dia-a-dia. Não o culpo, o primeiro papel do artista mostrar as aguras da sociedade, e, se possível agir de alguma forma. Ele fazia da crítica uma mea culpa.

Continuamente vemos novidades,
Cazuza estava por demais envolvido no meio, que também o abraçava como representante e mediador. O garoto que queria mudar o mundo, mas que num arroubo de sinceridade confessava freqüentar as festas do Gran Mondeo.

Diferentes em tudo da esperança;
Ele almejava uma também uma ideologia para viver. As teorias políticas e econômicas, daquele tempo, já não o enganavam mais. Continuava tudo igual, novas palavras repetindo velhos paradigmas. No amor, as oscilações da geração se refletiam nas canções, de Exagerado a Faz Parte do Meu Show.

Do mal ficam as mágoas na lembrança,
Contudo a canção que mais me impressiona é Um Trem Para As Estrelas, letra do poeta e melodia de Gilberto Gil. O Cristo na janela, as pessoas nos pontos de ônibus, as esperança, extras de um filme, cicerones, todos querem se dar bem, manchetes de jornal, tristeza como forma de se salvar. A canção é o retrato mais pungente da realidade.

E do bem (se algum houve...) as saudades.
Os críticos vão lembrar do menino mimado das festas, das drogas e dos abusos. Mas ele tinha essa visão de inconformismo, e, infelizmente a insatisfação acabou o levando aos excessos... Da mesma forma, aquela geração também estava insatisfeita, mas a insatisfação não foi suficiente a sociedade a tragou permitindo os mesmos excessos e oferecendo o doce sabor da classe média.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Naquele tempo, os ambientalistas já existiam, e eram os mais ativos, mas o meio ambiente não assombrava como hoje. Os discursos soavam como pregar no deserto. Poucas ações foram feitas. A campanha contra a poluição do rio Tietê foi a mais produtiva. E, de qualquer forma demorou-se para chegar a resultados concretos.

Que já coberto foi de neve fria,
Eu passei de soslaio por aquela geração, foi uma época em que lia as crônicas do Caio Fernando Abreu no jornal conservador e me informava acompanhando a revista liberal da classe média. No jornal também havia um cronista que falava maravilhas de Nova York. Gostaria de ter assistido Manhatan Connection naqueles anos, nem sei se havia. Mas no domingo as crônicas do velhinho de óculos com lentes grossa eram uma diversão à parte.

E em mim converte em choro o doce canto.
Até quando repetia o chavão de: No meu tempo, um amigo mais velho repetia: O seu tempo é hoje. E depois do filme do Paulinho da Viola, se o próprio compositor diz a mesma frase. Me rendo à contemporaneidade.

E, afora este mudar-se cada dia,
Mas, mesmo com todos os conjuntos e canções, inclusive o rap, hip-hop e outras manifestações do gênero. Não existe o poeta, que como Vinícius representava em seu tempo a geração. Vamos acrescentar o Tom aqui para dar equilíbrio à época.

Outra mudança faz de mor espanto:
O que há atualmente é música de tribo, ou de gueto como preferir que representam segmentos da sociedade. Ipods e Mp3, que são a última tecnologia na música, podem estar carregados de canções mas levam também o vazio poético desta geração.
Que não se muda já como soía.


São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal

Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas


Para saber mais

3 de jul. de 2008

O jornalismo e as diferentes realidades

O resgate da ex-candidata a presidente da Colômbia, Ingrid Betancourt, pelo exército colombiano demonstra, claramente, como todo fato que se torna história, possue mais de uma realidade que é abordada pela imprensa.

Num primeiro momento, os meios de comunicação não têm tempo para investigações mais aprofundadas e convém acreditar na versão oficial. Todavia as notícias possuem desdobramentos desencadeando as suítes. A partir delas, dentro de 15 a 30 dias pode se fazer um retrato bem próximo do que aconteceu.

Houve uma supervalorização da operação militar com declarações da resgatada de 'perfeita'. Mas, Betancourt em seu depoimento sobre o resgate fala que acordou quatro horas da manhã e rezou com bastante fé. Em outro momento ela se questiona: 'será que isso é um circo, que vamos novamente ser vítimas de outra palhaçada'. Ora, se ela estava sendo encaminhada para outro acampamento, como poderia pensar dessa forma.

O autor destas linhas, na quarta-feira (2) à noite, pesquisou os diferentes sites de notícias para ficar inteirado de cada realidade explicada pelos meios. Surpreendente foi a cobertura do New York Times que com repórteres nos três continentes conseguiu fazer um retrato mais aproximado da 'realidade jornalística'. O Times escreve que os Estados Unidos deram suporte à operação, no planejamento e em outros aspectos, não explicados. O jornal também não embarcou no resgate cinematográfico que foi abraçado pela imprensa de Pindorama.

Vale ressaltar que o episódio está sendo usado como arma política, não só pela senadora, mas também pelos presidentes colombianos e franceses. Até o candidato McCain aproveitou para elogiar o trabalho da Casa Branca como mostra o Ny Times. Nesse item a Folha conseguiu colocar uma notícia explicando um dos interesses do presidente Uribe; Refazer o referendo de que legitimava as eleições de 2006.

Relembrando o slogan do Arquivo X, 'A verdade está lá fora'. Resta a nós interessados nas diferentes realidades dos fatos aguardar pelos desdobramentos das notícias para termos um melhor ponto de vista do que realmente aconteceu. E fica no ar a questão: Por quê o presidente da Venezuela não fala mais no assunto, nem fez nenhuma declaração relacionada ao resgate. E abandonou seu envolvimento com a guerrilha já há algum tempo.