O sétimo encontro do Núcleo de Pesquisa em Produção Editorial do Intercom, em sua segunda sessão, tratou do livro brasileiro.
João Elias Nery, pesquisador da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) apresentou trabalho feito em parceria com Gisele Taboada da Silva, da Universidade Cândido Mendes, sobre o livro O Ato e o Fato e as crônicas do escritor Carlos Heitor Cony. Na visão de Nery, existe uma relação entre a imprensa e os folhetins, romances apresentados em capítulos publicados pelos jornais. "Muitos escritores passaram a escrever regularmente na imprensa e o folhetim se tornou muito importante", explicou.
A análise de João Elias Nery mostrou que Carlos Heitor Cony é um autor que transita entre as diferentes mídias. Ele usou como exemplo os comentários do quadro Liberdade de Expressão, veiculado na rádio CBN, que depois foram compilados e transformados em crônicas publicadas em livro e no site do escritor.
O professor Livio Lima de Oliveira, da Faculdade Editora Nacional (Faenac), apresentou trabalho sobre os livros de preços acessíveis e fez um panorama do livro de bolso durante as décadas de 60 a 90. De acordo com ele, a recente coleção Companhia de Bolso é uma tentativa da editora de oferecer o livro ao público pelo mesmo preço que custaria uma fotocópia.
A coleção Heróis e Campeões foi apresentada como um estudo de caso pela professora Monica Martinez, das Faculdades Integradas Alcântara Machado (Unifiam/FAAM), junto com o professor Dimas Kunsch. Monica explicou o planejamento da coleção e o uso de técnicas do jornalismo literário, como narrativa, descrição de cenas e ambientação, entre outras.
A pesquisadora Célia Cassiano apresentou trabalho mostrando que na América Latina, com exceção do México, a produção editorial de livros didáticos é feita por empresas privadas e que o Governo brasileiro é o maior comprador de livros, por meio do Programa Nacional do Livro Didático. Célia também falou sobre a concentração do mercado em grandes editoras, que produzem livros didáticos e sistemas de ensino.
De acordo com Célia, três editoras espanholas (Oceano, Santillana e Planeta) lideram o mercado na América Latina. As pequenas editoras são incorporadas pelas grandes.