12 de mai. de 2007

Escolinhas em SV formam jogadores para times grandes

Em São Vicente, duas escolas preparam jogadores para times de todas as divisões do futebol paulista. No São Paulo Futebol Center e na Escolinha do São Caetano, os atletas que se destacam vão para as categorias de base desses e de outros clubes.

Muito esforço, vontade e dedicação fazem parte do dia-a-dia de cada jogador que busca se profissionalizar. “Hoje, o futebol exige dos jogadores que estão começando dedicação semelhante aos estudos para se chegar a uma faculdade. Qualquer jogador tem chance de atuar em um time grande. O principal requisito é ter vontade”, diz Wilson Topp, coordenador da escolinha do clube do ABC.

Para Topp, o futebol se profissionalizou e os treinadores dos times grandes e médios, quando vão fazer teste com os jogadores, observam, além do talento, o aspecto técnico: se o jogador sabe se posicionar, receber a bola e trocar passes, ou seja, se o garoto já tem domínio tático. Tudo isso facilita a escolha do jogador para as categorias de base.

De acordo com o coordenador, a escola de futebol aprimora o jogador nos aspectos físico e tático. Os treinos acontecem três vezes por semana e a duração média de duas horas. Os treinadores da escolinha do São Caetano são ex-jogadores com formação em educação física.

“Não existe um tempo mínimo para o aluno participar dos testes nos times. Encaminhamos o jogador quando ele está preparado”, afirma Wilson Topp.

O futebol de salão tem a preferência da garotada, diz o coordenador, porque "é mais fácil fazer gol, o campo é menor, geralmente coberto e os meninos não se sujam tanto quanto no campo". Mas ele ressalta que, quando se começa a jogar no tempo certo, na idade de 9 ou 10 anos, não faz muita diferença se é futebol de campo ou salão.

A escola de futebol do São Caetano começou na praia do Itararé há dois anos. Hoje ela tem 70 alunos. Sete deles jogam na Portuguesa Santista - cinco na categoria sub-15 e dois na sub-17.

A dedicação do jogador também é destacada pelo proprietário da escolinha São Paulo Futebol Center, José Celestino de Menezes. “A força de vontade e o esforço fazem a diferença em um jogador que queira se destacar e jogar em um time grande”.

Nos treinos, os meninos aprendem os fundamentos e a tática do futebol. “Não existe um tempo mínimo para aprender”, afirma Celestino. Ele diz que no ano passado um dos meninos fez teste para o São Paulo uma semana depois de ter entrado para a escola, e foi selecionado para o clube. Já outros ficam de dois a três anos e não passam nos testes.

Segundo Celestino, o São Paulo Futebol Clube realiza quatro avaliações dos jogadores da escola por ano. Duas são no centro de treinamento do clube paulistano e duas na escolinha. No ano passado, a escola tinha 200 meninos e cinco foram selecionados para as categorias de base do clube.

A escola prepara o jogador ensinando os fundamentos, aspectos táticos e preparo físico. Os treinos, com duração de três horas, ocorrem de segunda a sexta-feira, no 2º Batalhão de Infantaria Leve e no Jóquei Clube. Celestino ressalta que não existe a obrigatoriedade de se treinar todos os dias. "Os alunos têm livre arbítrio”.

Ele conta que decidiu ter uma escola do São Paulo por considerar que o clube é o que oferece melhor assistência aos franqueados, como palestras e cursos para os professores. O São Paulo, ao selecionar os jogadores das categorias de base, prioriza os das escolinhas franqueadas.

Celestino considera importante o aluno começar no futebol de salão, citando como exemplo jogadores como Djalminha, Ronaldo Fenômeno e Robinho.

Futsal - No Centro Esportivo Robinho, 420 meninos e 54 meninas participam das escolinhas de futebol de salão. Existem dez horários diferentes de treino. As equipes disputam campeonatos em todas as categorias. De acordo com o coordenador do centro esportivo, João Rodrigues, o Rodinha, há uma lista de espera grande.

“Noventa e cinco por cento dos jogadores de futebol de campo começam jogando no futebol de salão, que é a escola do futebol de campo, porque melhora a parte tática e fortalece a disciplina. O aluno tem que usar a camisa para dentro, não pode xingar, tem que ser educado e ao mesmo tempo fazer lances rápidos e marcar o time adversário”, explica Rodrigues.

Para o coordenador, a prática do esporte desenvolve o convívio social. “O esporte é tão importante quanto a saúde e a educação, porque trabalha a parte física e social”.

Jogadores - Wagner Hainklain Jaques Júnior, de 15 anos, é volante da Portuguesa Santista, onde joga na categoria sub-15. Ele começou a jogar futebol aos 8 anos e freqüenta a escolinha do São Caetano desde 2006.O jogador afirma que melhorou na escolinha, “Eu desenvolvi a musculatura, velocidade e resistência”, diz. Agora, Wagner pretende se tornar profissional. “Vou fazer o máximo possível para isso acontecer”, promete.

O zagueiro do time do Jabaquara, Ariel Silva Ribeiro dos Santos, de 14 anos, joga futebol desde os 8. Ele começou no Esporte Clube Beira Mar, onde frequentou a escolinha de futebol de salão por seis meses. Atualmente, tenta conciliar os estudos da sétima série com o futebol. Ele treina de segunda a sexta e tem como objetivo jogar num clube grande e seguir carreira no futebol.

Outro jogador do Jabaquara, Francisco Júnior, de 15 anos, é lateral esquerdo e também joga futebol desde os 8. Ele freqüentou escolinha por dois anos e diz que conseguiu se destacar. O jovem está na oitava série e afirma que consegue conciliar a escola com o futebol. No futuro, pretende jogar fora do Brasil.

Serviço - A Escolinha São Paulo Futebol Center treina às segundas, quartas e sextas, às 14 horas, no Segundo Batalhão de Infantaria Leve, em São Vicente. Informações pelos tels. (13) 9121-7402/3564-1717.

A Escolinha do São Caetano treina às terças, às 15 horas, na Praia do Itararé; às quintas às 15 horas; e aos sábados às 9 horas, no Segundo Batalhão de Infantaria Leve. Informações pelos tels. (13) 9141-5357/3026-6504.
( Reportagem Para o jornal online da Unisanta)